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Ralstonia solanacearum (Smith 1896) Yabuuchi et al. (1996)

Murcha bacteriana do tabaco

 

- classificação: Eubacteria, Betaproteobacteria, Burkholderiales, Burkholderiaceae

- sinônimos: Burkholderia solanacearum, Pseudomonas solanacearum

- Nome em inglês: Bacterial wilt, Granville wilt

 

Ralstonia solanacearum é uma bactéria altamente polífaga. Inclui várias estirpes que diferem nomeadamente na sua capacidade de metabolizar vários açúcares e desnitrificação de nitratos, bem como na sua gama distinta de hospedeiros. Baseado neste último, parece que R. solanacearum pode ser separado em cinco raças fisiológicas:

- Raça 1, com muitas cepas isoladas de diferentes regiões e hospedeiros;

- Raça 2, adaptada às bananeiras triplóides nos trópicos;

- Raça 3, preferencialmente atacando a batata, o tomate e a berinjela em climas temperados;

- Raça 4, associada ao gengibre;

- Raça 5, afetando a amoreira.

 Há pouca informação sobre as cepas do "tabaco" pertencentes a essas raças fisiológicas. Tem sido relatado que algumas cepas de "tabaco" não parecem ser capazes de atacar tomate e berinjela, que cepas de "batata" têm pouco efeito sobre o tabaco. As cepas da "banana" parecem incapazes de infectar o tabaco.

 A murcha bacteriana ocorre principalmente em zonas temperadas tropicais, semitropicais e quentes. É particularmente grave em muitos países asiáticos (China, Japão, Malásia, Paquistão, Tailândia, Vietnã), da América (EUA, Brasil) e da África (incluindo a África do Sul). Ralstonia solanacearum é bastante rara na Europa. Foi relatada na Hungria, Itália e Iugoslávia. Não foi relatada atualmente no tabaco na França. Nos países onde Ralstonia solanacearum é endêmica, é uma doença temida que pode causar sérios danos ao tabaco e outras culturas.

 

Situação nos EUA

No sudeste dos EUA, a incidência de murcha bacteriana entre as culturas tem sido atribuída ao tipo de gene da avirulência, avrA, que determina a especificidade da raça, limitando a gama de cultivo de espécies hospedeiras e gêneros que o patógeno pode atacar. Dois tipos de genes avrA foram identificados, a murcha e o tipo mutado. Em um estudo realizado no início do ano 2000, todas as cepas do tabaco apresentavam o gene avrA mutado. Por outro lado, em outro estudo realizado recentemente na Carolina do Norte, onde várias cepas de campos de tabaco foram examinadas, descobriu-se que essas cepas são geneticamente muito próximas umas das outras, basicamente se agrupando em um único clone.

 (Mina Mila - Universidade Estadual da Carolina do Norte)

Last change : 05/11/23